A reforma tributária é assunto para debate, outra vez, nas duas Casas do Congresso Nacional, como se isso não fosse um replay cansativo que vem desde mil oitocentos e nada. A propósito, sempre que a economia passa por um forte crescimento, como ocorreu alguns anos atrás, o lucro das empresas e a massa salarial crescem acima do PIB. Mas a arrecadação, consequentemente, acaba por crescer mais que a economia. Nos dias de hoje, o lucro despenca, o salário padece, o desemprego vigora, mas a carga tributária cada vez pesa mais.
Aliás, entre uma e outra eleição, a questão da carga tributária no Brasil sempre volta ao debate. Todos concordam que o país não suporta mais tanto imposto. Mas no ajuste fiscal que o governo tanto apregoa, o que se objetiva é atacar o que se tornou negativo para a administração financeira do país, porém sem qualquer foco que leve o empresário e/ou o cidadão a ter esperança de que, dentro em pouco, poderá estar pagando menos pra sobreviver.
Considerado o ponto de partida do debate econômico brasileiro de hoje, discute-se nas altas esferas soluções para os problemas que ferem o planejamento estratégico do Governo, mas sem a mínima referência a uma mais que necessária e efetiva reforma tributária. O empresariado e os cidadãos do Mato Grosso do Sul – Fátima do Sul no meio -, tão brasileiros como os outros, continuam vítimas do processo imposto pelo sistema arrecadador.
A maior fatia desse bolo recai sobre as indústrias, o comércio e a agropecuária, que têm de arcar todos os anos com impostos, taxas e contribuições, incluindo multas, juros e correção monetária. Ano a ano, o governo federal festeja aumento na arrecadação. E a carga tributária, mais a alta taxa de juros, continuam avançando dia após dia, formando gargalos mais que inconvenientes e maléficos para o desenvolvimento do país. Nossa grande vitória será um dia chegar à simplificação do processo tributário, além do seu imprescindível emagrecimento. Afinal, a esperança é a última que morre.
ROGERIO RUFINO
Presidente